Visita de Estudo ao Aterro Sanitário de Urjais | |||||
Por António Rodrigues (Professor), em 2015/05/22 | 1938 leram | 0 comentários | 222 gostam | ||||
No âmbito do projeto “Vermitrasformers: da produção à eliminação de Resíduos Urbanos”, os alunos visitam aterro sanitário de Urjais. | |||||
Por Alunos do 11.ºA No dia 9 de abril de 2015 (quinta-feira), os alunos dos 11.ºA e 12.ºA, acompanhados pelas docentes Carla Martins e Fernanda Martins, realizaram uma visita de estudo, no âmbito das disciplinas Biologia e Geologia (11.ºano) e Biologia (12.ºano), ao Aterro Sanitário de Urjais, situado no concelho de Mirandela. Esta atividade esteve inserida no projeto “Vermitransformers: da produção à eliminação de Resíduos Urbanos”, selecionado para desenvolvimento na 12.ª edição do projeto “Ciência na Escola” da fundação Ilídio Pinho. Pelas 9.00h, as turmas do 11.º e 12.ºA partiram de autocarro em direção a Cachão. Após uma hora e meia de viagem, chegaram ao aterro sanitário de Urjais. Este aterro está inserido no sistema da Resíduos do Nordeste. Esta empresa intermunicipal, criada a 1 de Outubro de 2002, é responsável pelo tratamento dos resíduos urbanos (RU’s) dos municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa, Vimioso e Vinhais. Estes Municípios representam cerca de 150 000 habitantes e uma produção de resíduos de 55 000 ton/ano. À chegada ao ponto de encontro, foram recebidos pelo engenheiro ambiental João Baltazar, que os guiou durante a maioria da visita. Ele explicou que o lixo que separamos (plástico, vidro, madeira, sucata ferrosa e papel) é depois reencaminhado por eles para empresas especializadas em reciclagem, enquanto os resíduos indiferenciados têm que ser separados na unidade de tratamento biológico e mecânico. Apesar de se poder reciclar grande parte dos resíduos domésticos, alguns deles não são recicláveis e são colocados no aterro sanitário. O aterro sanitário é constituído por várias camadas, na seguinte sequência: é colocada uma camada de lamas ou argilas para nivelar o terreno; uma camada de geocomposto; seguidamente uma tela impermeável para evitar que os resíduos entrem em contacto com as águas subterrâneas: e, por fim, é colocada uma camada de brita. À medida que as camadas de resíduos são depositadas, para evitar a ocorrência de incêndios, são colocadas de forma intercalada camadas de terra. De seguida, os alunos dirigiram-se para a estação de tratamento de águas lixiviantes. Estas águas, resultantes da decomposição dos resíduos e da infiltração das águas pluviais, são altamente poluentes, pelo que devem ser encaradas como um problema ambiental de extrema importância, sendo o seu tratamento necessário. Após serem recolhidas, são encaminhadas para a Estação de Tratamento de Águas Lixiviantes onde irão ser submetidas a um conjunto de processos químicos, físicos e biológicos entre os quais estão a decantação, a clarificação, o tratamento aeróbio e, obviamente, a osmose inversa ( passagem da água por membranas). Finalizadas estas etapas, o produto resultante está pronto a ser reutilizado para diversos fins, como, por exemplo, para fins agrícolas. Por último, o guia mostrou-lhes a central de valorização energética de biogás. Para além das águas lixiviantes, o aterro liberta também metano, e este é utilizado como combustível para produção de energia eléctrica, que, posteriormente, é fornecida à EDP. Por volta do meio-dia, os estudantes deslocaram-se para a unidade de tratamento mecânico e biológico (UTMB), onde assistiram a um pequeno documentário sobre o percurso dos resíduos urbanos e sua posterior eliminação, que pode ser observado por qualquer pessoa na página web da Resíduos do Nordeste. A Unidade de Tratamento Mecânico e Biológico caracteriza-se pela separação mecânica dos resíduos indiferenciados em 3 categorias: matéria orgânica – tratada de forma biológica através de compostagem e por biodigestão anaeróbia (biogás para produção de energia renovável); materiais recicláveis (metais, vidro, cartão, plástico e pilhas) - enviados para reciclagem; os rejeitados, que são encaminhados para aterro. Esta unidade apresenta-se como a solução técnica mais apropriada para o sistema intermunicipal da Resíduos do Nordeste, permitindo a gestão integrada dos RU’s produzidos, maximizando a valorização material e de subprodutos (composto e energia) e minimizando tanto a quantidade como biodegradabilidade de resíduos depositados em aterro, uma vez que apenas o refugo é encaminhado para este fim. Depois de almoçarem em Vila Flor, os alunos tiveram uma surpresa: em vez de partirem imediatamente para a escola, foram visitar o complexo turístico do peneireiro de Vila Flor, onde viram a albufeira do peneireiro e alguns exemplos de espécies como, por exemplo, gamos, pavões, entre outros. Quando regressaram à escola, todos tinham dois objetivos: tomar um banho, pois apesar de terem aprendido muito com esta visita, o cheiro libertado pelo aterro, que não era agradável, veio com eles para Miranda do Douro. E, mais importante que tudo, começar a fazer recolha seletiva dos resíduos domésticos, pois, tal como aprenderam nesta visita de estudo, reciclar é apenas uma questão de atitude: se cada um fizer a sua parte, teremos um mundo melhor. | |||||
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