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UM RIO, DOIS PAÍSES
Por Isaura Peres (Professora), em 2019/03/081089 leram | 0 comentários | 122 gostam
Ana Marina- 8ºA

No dia 19 de fevereiro de 2019, os alunos do 8ºA, 9ºA e 9ºB tiveram o privilégio de usufruir de uma aula de EDUCAÇÃO AMBIENTAL a bordo do navio da Europarques-EBI no Douro Internacional em Miranda do Douro.
Ao longo do percurso foi possível observar e interpretar valores geológicos, botânicos, faunísticos e etnográficos das Arribas, bem como realizar atividades práticas como a recolha de plâncton e a sua observação microscópica.

O percurso foi feito em águas internacionais, entre as imponentes Arribas do Douro, atravessando uma paisagem muito bela, em pleno Parque Natural do Douro Internacional, do lado Português, e Parque de Arribes del Duero, do lado Espanhol.

Logo no início do passeio observamos nas escarpas das rochas graníticas muitos líquenes de coloração amarela que são seres vivos em que um fungo estabelece uma relação de simbiose com uma alga. Numa das escarpas é possível observar uma figura bem famosa em Miranda, o “2 “ formado pela natureza no meio de líquenes. Diz a tradição que quem conseguir descobrir o “2” irá casar com uma pessoa da região.

Este é o território de muitas aves que voam por entre as arribas e que encontram abrigo nas rochas. Algumas têm estatuto de conservação (em perigo), tais como o britango, a águia-de-bonelli, e a cegonha-preta.

 Ao longo do percurso conseguimos observar:
•Águia-de-bonelli (Aquila fasciata) , ave de rapina que se identifica pelo ventre branco, contrastando com as asas mais escuras;
•Pato-real (Anas platyrhynchos);
•Corvo-marinho ( Phalacrocorax carbo);
•Ninho de cegonha-preta (Ciconia nigra);
•Ninho de águia -real (Aquila chrysaetos);
•Ninho de peneireiro-de-dorso-malhado (Falco tinnunculus).

Passamos ao lado da “poça das lontras”, local onde ocorrem alguns vestígios da presença das lontras. Não tivemos oportunidade de ver nenhuma mas parece ser normal pois elas preferem o final do dia e a noite para sair do abrigo.

Também observamos algumas das plantas mais icónicas das arribas, como as azinheiras (Quercus ilex), com destaque para um exemplar com mais de 200 anos que, surpreendentemente, sobrevive com as raízes cravadas em pequenas fendas das rochas.
Outra planta nos chamou a atenção pela sua raridade: trata-se do dragão-das-arribas, um endemismo da região.

Durante o percurso a bordo do navio, também foi possível investigar microrganismos da água. Com uma rede de plâncton, a guia recolheu uma amostra da água do rio e fez uma montagem entre lâmina e lamela para o microscópio. Observamos alguns microrganismos como copépodes e microalgas verdes.

Outro aspeto marcante é a imponência do magnífico vale encaixado, com escarpas rochosas abruptas que chegam aos 200 metros acima da água, com blocos graníticos modelados pelos agentes erosivos ao longo de milhares de anos. Destaque para a “penha do urso” que, lá do alto, nos observa, protegendo as arribas com o seu olhar vigilante e postura ameaçadora.
Também o “Tor” teima em manter o equilíbrio, que, um dia, a força dos elementos há de vencer.

No final do percurso, as técnicas da Estação Biológica Internacional proporcionaram-nos uma pequena demonstração com aves de rapina e patos mergulhando com a sua tratadora.

Uma aula fantástica!

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